Oi gente! Depois de pensar muito sobre o que eu gostaria de escrever aqui, decidi compartilhar a minha experiência morando há quase 2 anos nos Países Baixos, ou popularmente conhecido como Holanda (Sim, eu sei que não é o nome oficial, mas convenhamos que a maioria conhece assim né?).
Para começar, eu acho importante dar um contexto de quem eu sou e porque eu vim morar aqui. Nesse primeiro episódio, eu gostaria de situar vocês e dar esse background, que eu acho que é muito importante. Eu também gostaria de lembrar que tudo isso é muito pessoal e não tem problema se você tem/teve uma experiência diferente morando aqui (ou em qualquer outro país).
Eu me mudei em julho de 2019, porque tenho relacionamento com um holandês, logo, o meu visto é de dutch partner/reunificação familiar. O processo para conseguir o visto foi chato, mas deu tudo certo (não entrarei nesse assunto, porque não é o ponto desse post) e em julho de 2021 completarei 2 anos morando nesse país lindo que me acolheu.
Como foi a minha adaptação? Eu sinto que no primeiro um ano, eu estava “meio que” de férias. Eu não trabalhava ainda, veio a pandemia e eu acabei ficando bastante tempo em casa. No começo eu tive dificuldades para me entender como pessoa e aceitar que eu teria que construir várias coisas do zero, recomeçar a minha vida. Afinal de contas, eu estava em um país novo, onde eu precisava construir relações, aprender um idioma, entender a cultura, aprender a estar longe da minha família. E é claro que tudo isso requer muito da gente mesmo. Temos que lidar com frustrações, dilemas, medos e inseguranças.
Definitivamente não foi fácil, mas eu sinto que sempre estive no caminho certo e sabem por quê? Porque eu tinha muita consciência da minha escolha quando eu e meu marido decidimos que era hora de morarmos juntos. Eu sabia muito bem o que eu queria e isso foi importante, porque se a gente tem dúvidas, é muito fácil ficar vulnerável em momentos dificeis, especialmente aqueles em que a gente só quer o colo da mãe. O que me ajudou muito, foi eu ter me desprendido do meu país (não em completo claro) quando me mudei.
O que isso significa? Significa que eu me abri ao novo. Eu estava realmente disposta a me integrar, fazer amigos de outras nacionalidades, criar raízes e isso sginificou que eu deveria me afastar um pouco da minha cultura. Por isso não me aproximei de outros brasileiros, não fiquei buscando coisas brasileiras… Eu senti que precisava me integrar e o único jeito, naquele início, era imersão na cultura holandesa. E funcionou. Hoje já tenho vínculos com os meus conterrâneos, busco sempre me lembrar da minha cultura, mas hoje me sinto tranquila em relação a isso, porque nada me segura, nothing holds me back.
Eu acho muito importante sabermos quem somos e da onde viemos. Eu me sinto muito orgulhosa das minhas origens e também me sinto muito orgulhosa do que estou construíndo em um país novo, com o meu marido, formando minha familia. É complexo pensarmos em imigrar, ter que começar muitas vezes do zero, ter que criar laços, referências, mas se você tem um objetivo claro, sabe o que voce quer, esses desafios acabam se tornando mais leves, não menos dificeis, mas mais leves.
No final das contas, o que importa é estarmos felizes com as nossas escolhas.
Esse foi o primeiro post dessa nova série de posts aqui no Anne and the books. Espero que tenham gostado e também conhecido um pouco mais sobre mim. Um beijo, e até a próxima. 🙂
Leave a Reply