Oi gente! Faz muito tempo que eu não escrevo né? Pois bem, decidi começar a escrever mais sobre a minha vida, meus sentimentos e não somente sobre livros. E para um primeiro post, decidi compartilhar a minha jornada de auto conhecimento e como mudei o meu estilo de vida. Eu quero deixar claro que são apenas as minhas experiências e que esse é o meu jeito de enxergar o mundo. 🙂
Quando me mudei para a Holanda, lá em 2019, eu sabia que muita coisa precisava mudar e ia mudar. Eu estava afinal de contas, me mudando de país, para uma cultura completamente nova. Eu precisei me adaptar, aprender um idioma novo, entender quem eu era (depois de ter uma crise de identidade). Então nesses últimos dois anos, eu tive muito o que aprender e evoluir. Mas a pessoa que eu sou hoje, precisou entender que ou ela mudava ou ela iria acabar se afundando. E ter a consciência disso, é o primeiro passo e o mais difícil de todos. Reconhecer que precisamos mudar.
Eu sempre me considerei uma pessoa ambiciosa. Quando eu era mais nova, lá pelos 17 anos, eu queria morar em Nova York, trabalhar em um jornal ou em qualquer empresa que me fizesse usar terninho. Eu queria viajar o mundo, queria conquistar muito dinheiro. Só que… Eu não sabia quem eu era de verdade e tudo isso me fazia mal, porque eu tinha sonhas que não eram meus e também tinha muito medo de ser julgada, então acabei fazendo muitas coisas que eram esperadas de mim. Me formei em uma universidade pública, mesmo odiando o curso, trabalhei em lugares que não faziam sentido… Eu achava que era o que eu tinha que fazer, porque eu precisava ser “alguém na vida”. E vocês tem noção do quão ruim é isso? Achar que a gente não é alguém na vida a não ser que a gente conquiste certas coisas?
Por muito tempo esse era o meu pensamento. Até que eu finalmente entendi que nada dessas coisas importavam para mim. Que sim, eu ainda queria viajar o mundo, mas que eu não precisava ter pressa, eu não precisava e nem queria, ter uma vida corrida e cheia. Depois que eu entendi que tudo o que eu queria era viver em paz, muita coisa fez sentido. Foi então que junto com a terapia, eu fui fazendo as pazes com o meu Eu criança, com o meu passado. Fui entendendo e apreciando quem eu estava me tornando e o melhor tudo, fui me sentindo cada vez mais no meu lugar no mundo, com um sentimento de pertencimento imenso.
Eu não vou entrar em detalhes sobre as crises de pânico (algo que posso fazer em outro post), mas eu tinha tanto medo de morrer e não ter aproveitado a vida, que eu vivia ansiosa, querendo o dia de amanhã, querendo conquistar tudo, querendo viver tudo em um dia… Eu estava vivendo tão no automático, que eu esquecia de fato viver. De viver o hoje, intencionalmente, apreciar o momento, seja ele bom ou ruim. Comecei a enxergar o mundo com outros olhos, através de uma lente mais positiva e isso era o que faltava em mim.
Quando eu digo que romantizo a minha vida, não quer dizer que eu não tenha dias ruins, mas hoje em dia, eu sei muito bem lidar com os sentimentos que estão dentro de mim, tanto os bons, quanto os ruins. Quando eu acordo bem cedinho, olho pela minha janela, tomo meu café enquanto sinto os raios do sol tocarem a minha pele, enquanto ouço o canto dos pássaros, essas coisas simples preenchem a minha alma. E nesse momento eu sei que eu amo estar viva.
Em um próximo post, pretendo falar mais sobre coisas que eu mudei na minha vida, alimentação, exercícios, terapia… Falar mais sobre o slow living e o intentional living. Mas quis começar a escrever esse post, porque queria contextualizar quem estiver lendo.
Enfim, sejam bem vindos as crônicas da vida da Anelise. Um beijo e até o próximo post! 🙂
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